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Padrões sociais de comportamento
Os padrões sociais de comportamento são construídos historicamente ao longo do desenvolvimento da sociedade, de acordo com o contexto de cada época. As regras, normas e valores sociais não são estáticos. Bem, isso você já sabe não é? Mas é importante lembrar que não deixam de existir em momento algum; apenas são substituídos por outros, mais adequados à conjuntura do momento. E, é claro, nem sempre as coisas mudam tão rapidamente. Às vezes, é preciso muito tempo ou alguma transformação radical na estrutura da sociedade para que se possa perceber que as regras do jogo mudaram. Sim, do jogo, porque a vida em sociedade não deixa de ser um jogo, no qual cada peça desempenha um papel e tem uma função específica.
É por meio do controle social que a sociedade, por meio de seus agentes socializadores, consegue pressionar seus membros no sentido de apresentarem o comportamento esperado de acordo com os papéis que cada indivíduo desempenha, sempre no sentido de reforçar as atitudes e os valores permitidos e aceitos socialmente. A persuasão ou a coersão serão os meios utilizados na maioria das vezes para exercer o controle sobre os membros da sociedade, reforçando as atitudes “adequadas”.
Uma das formas de controle social mais eficazes na atualidade são os meios de comunicação de massa, especialmente a mídia eletrônica. Como você sabe, o fornecimento de modelos de comportamento e de atitudes encontra nessa forma de comunicação um agente de socialização. Para o bem e para o mal, digamos assim, de modo geral contribui para consolidar uma sociedade pautada no consumismo, no imediatismo e na transmissão e debates de fatos importantes para a sociedade. Dessa maneira não deixa de exercer seu papel educativo, mesmo que nem sempre esteja contribuído para a formação e/ou consolidação da cidadania da população.
Mas como estabelecer o que é um comportamento “adequado”? É pelo processo de socialização que se aprende, desde criança, como devemos nos comportar em cada situação social, tendo quase sempre um referencial para isso, que normalmente é a família, ao lado da escola. Esses padrões regulares de comportamento podem ser determinados pelos diversos agentes de socialização sujeitos às mudanças decorrentes de uma nova configuração do poder, de acordo com os interesses do estrato social dominante.
É importante lembrar que esses comportamentos ditos adequados estão fortemente relacionados ao que se entende por papel social já que as normas e regras de condutas são estabelecidas de acordo com as expectativas em torno da(s) função(ões) que o indivíduo tem na sociedade. É o papel social que de certa maneira “amarra” os sistemas de conduta, dando-lhes legitimidade e garantindo a estabilidade social. Na medida em que o indivíduo não consiga se adequar e/ou não aceite o (s) papel(eis) que lhe foi (foram) atribuído(s), pode reagir de forma a desestabilizar o sistema social como um todo provisória ou permanente.
Isso quer dizer que nem sempre é possível manter um nível de relacionamento baseado na harmonia, uma vez que cada indivíduo estará sempre em busca de satisfação dos seus próprios interesses. Por mais que entenda como fundamental manter um comportamento dentro do que se espera, a partir dos papéis sociais que desempenha, a partir da posição social que ocupa por conta da valorização desses papéis, em algum momento pode começar a achar que deve ou precisa mudar. E o primeiro sinal de mudança poderá ser visto já no seu comportamento.
Bibliografia:
- Demeterco, Solange Menezes da Silva. Sociologia da educação. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2006. 96p.